No último dia 26, por meio de uma denúncia feita na companhia da Polícia Militar de Prata, sobre o encontro de um corpo na zona rural daquele município, policiais se dirigiram ao local da denúncia para verificar a veracidade dos fatos.
Segundo os policiais que atenderam a ocorrência, em uma área da fazenda Conchal, situada na MGC-497, sentido Prata a Uberlândia, distante 71 km da cidade de Prata, foi localizado um Fiat Uno, com placas NLM-3415, de Tupaciguara, que se encontrava com as portas abertas e no seu banco traseiro estava o corpo de Sandro Santos Delmondes, 30 anos, natural de Trindade-PE, mas residia em Tupaciguara, na av. José Pereira de Carvalho, 109 – bairro Nova Esperança.
De acordo com a testemunha que encontrou o corpo, ele estava andando pela fazenda a cavalo, quando deparou com o veículo escondido em uma plantação de eucalipto na propriedade, e que no seu interior estava o corpo de um homem, já sem vida. Diante do acontecimento, a testemunha comunicou o fato aos companheiros de trabalho na fazenda e, em seguida, foram a cidade fazer a comunicação da ocorrência à Polícia Militar. A mesma testemunha informou ainda que no dia anterior, ou seja no dia 25, ele havia passado pelo mesmo local e não avistou nada de anormal.
Como é de praxe, os policiais preservaram o local até a chegada da polícia técnica para a realização da perícia. A perita Lívia Maria constatou que a vítima tinha um fio de produto eletrônico envolvendo o seu pescoço, o que deixou claro que o crime foi praticado por meio de asfixia.
A Polícia Militar identificou a vítima com sendo Sandro Santos e que ele residia em Tupaciguara. O primeiro contato foi feito com o sogro de Sandro que relatou que o seu genro provavelmente teria saído de Tupaciguara com destino a Ituiutaba, mas que sua filha era quem poderia passar maiores informações.
Em seguida, a Polícia Militar de Tupaciguara foi acionada para a localização da esposa de Sandro. O policial cabo Thiago Dias, conseguiu encontrá-la e que, mesmo tomada de emoção pelo que havia acontecido com seu marido, informou ao policial que nos dias anteriores recebeu várias ligações anônimas, dando conta de que Sandro havia sido sequestrado por conta de uma dívida que ele tinha com um indivíduo com apelido de “Grandão”, que, segundo suas declarações, reside em Ituiutaba e que é proprietário de uma casa de festas naquela cidade. A dívida, de acordo com a esposa, era de cerca de 170 mil reais e que eles queriam receber o dinheiro. Para mostrar que não estavam brincando, colocaram Sandro para falar no seu próprio celular e este informou à esposa que ele havia sido sequestrado e que a sua vida corria sério risco, caso não conseguisse o dinheiro para quitar a citada dívida. Diante da situação, a esposa de Sandro ofereceu uma camionete de Sandro, para que os elementos soltassem o seu marido. De acordo com a esposa, a negociação foi fechada e ela achava que o caso estaria resolvido com a entrega do veículo, o que parece não chegou a acontecer. Os sequestradores pediram para que a polícia não fosse comunicada e foi o que a esposa da vítima fez, buscou, em silêncio, levar as negociação sem a interferência policial. A esposa chegou a receber a confirmação de um dos sequestradores de que quando fossem vir buscar a camionete eles trariam o Sandro e o libertariam, após o recebimento do veículo. Para deixar a mulher mais tranquila, eles chegaram a afirmar que o Sandro estava bem e que já haviam pedido comida para ele e que ela poderia ficar tranquila, pois tudo ia acabar bem.
Mas não foi o que aconteceu, Sandro foi morto pelos seus algozes mesmo depois de sua esposa ter se comprometido a entregar a camionete como parte do pagamento da dívida. Quando estava sendo fechado o boletim da ocorrência, uma pessoa informou que havia encontrado um telefone próximo ao local onde Sandro foi encontrado morto. Depois de analisar o aparelho, a polícia descobriu que o celular era de Sandro.
O corpo foi liberado e entregue à família para o sepultamento que aconteceu no cemitério municipal de Tupaciguara.