O Ministério da Saúde afirma que ainda não há datas definidas para o início da vacinação da população idosa no país, pois esse cronograma depende da disponibilidade de vacinas. O infectologista Renato Kfouri, primeiro-secretário da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, explica que a indefinição das datas de vacinação dos idosos está relacionada ao atraso da chegada de doses prontas e de insumos (matéria-prima) para a produção dos imunizantes no país.
“O problema da previsão da vacinação em idosos é essa incerteza ainda em relação à chegada das doses, dos insumos. A previsão seria em fevereiro recebermos a quantidade de insumos suficientes para produzir de 10 a 15 milhões de doses no Butantan e começar também a produção da vacina de Oxford por meio da Bio-Manguinhos, mas está atrasada. A disputa pelos insumos e pelas doses prontas está muito grande no mundo”, afirma.
“Mas, se tudo correr bem, poderemos contar com 100 milhões de doses da vacina de Oxford e 40 milhões da CoronaVac no primeiro semestre. Com esses 140 milhões de doses, vacinaríamos 70 milhões de pessoas, o que dá para incluir praticamente todos os idosos e portadores de comorbidades”, acrescenta.
Idosos institucionalizados e seus cuidadores, profissionais de saúde, pessoas a partir de 18 anos com deficiência, que vivem em residências inclusivas, e indígenas estão no primeiro grupo que já vem sendo vacinado desde domingo (17), quando o uso emergencial da CoronaVac e da vacina de Oxford foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “Dentro do público priorizado para a campanha foi feito um recorte, levando em consideração pessoas que teriam maior risco de internação e óbito, bem como o quantitativo de vacina disponibilizado inicialmente”, informou o ministério, por meio de nota.
Os idosos não devem procurar postos de saúde atrás de vacinas contra a covid-19, devem aguardar a divulgação da data pelo Ministério da Saúde e dos locais de vacinação por cada município. Idosos a partir de 75 anos são os próximos na lista de vacinação, que deve seguir a mesma lógica que havia sido estabelecida pelo plano estadual de São Paulo, segundo o infectologista
Segundo o ministério, o Brasil tem mais de 354 milhões de doses de vacinas garantidas este ano por meio de acordos com a Fiocruz (254 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses).
O tipo de vacina utilizada para os idosos vai depender da quantidade de doses disponíveis de cada, segundo Kfouri. “No Programa Nacional de Imunizações ficou estabelecido que, em princípio, nas regiões mais distantes, principalmente na região Norte do país, será usada a vacina de Oxford devido ao intervalo maior entre as doses”, afirma Kfouri. O intervalo entre as doses da CoronaVac é de 28 dias e da vacina de Oxford, de três meses.