Quase 90% da população que vive em aldeias receberam a segunda dose, segundo a SES.
(Fonte: Portal G1) Até esta sexta-feira (23), 88,72% da população de indígenas que vivem em aldeias de Minas Gerais receberam a segunda dose da vacina contra a Covid -19, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Ainda de acordo com a pasta, 95,35% das 7.472 pessoas deste público já foram imunizadas com a primeira dose.
Esta alta cobertura tem provocado queda nos casos graves da doença em vários povos do estado. Ao todo, são 85 aldeias espalhadas por 19 cidades. Algumas delas deixaram de registrar a presença do coronavírus.
É o caso dos Kaxixó que vivem em três aldeias no estado. Uma delas fica em Martinho Campos e as outras duas em Pompéu, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais.
“Já completamos 90 dias desde a primeira aplicação. Desde então não tivemos novos casos”, disse Otávio Kaxixó, uma das jovens lideranças da tribo e estudante de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
São 32 famílias de indígenas da etnia que vivem nas três aldeias, cerca de 100 pessoas. Antes da vacina, 14 pessoas foram contaminadas.
Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, 663 indígenas de Minas Gerais e do Espírito Santo – muitos vivem em territórios entre os dois estados – tiveram Covid-19. Seis delas morreram.
Entre as vítimas está um membro do povo Pataxó. Grande parte da etnia vive ao longo do rio Paraopeba, contaminado pela lama da Vale após a tragédia de Brumadinho, que matou 270 pessoas em 2019.
“Quase metade da aldeia aqui ficou doente com Covid”, disse o cacique Arakuã Pataxó, da aldeia Naô Xohã em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dos 52 indígenas que vivem no local, cerca de 20 pessoas tiveram a doença.
Depois do início da vacinação, os casos graves diminuíram. “Só casos de sintomas leves agora”, disse o cacique.
De acordo com a SES, 66,90% dos grupos prioritários tomaram a primeira dose no estado. Destes, 26,93% receberam a segunda dose.