A vacina contra a covid-19 evita a forma grave da doença. Isso é o que comprovou um estudo realizado por pesquisadores do King’s College London, na Inglaterra. A pesquisa foi realizada com pessoas imunizadas com as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca.
O sintoma mais comum entre pessoas vacinadas que contraíram a doença foi o espirro. A pesquisa destaca, porém, que idosos mais frágeis ainda apresentam maior risco de infecção por covid-19 e adoecimento, mesmo após a vacina. Mas a idade, por si só, não foi um fator de risco.
Foram analisados dados de mais de 1 milhão de pessoas vacinadas que registraram seus sintomas, testes e vacinas no aplicativo UK ZOE COVID Symptom Study entre 8 de dezembro de 2020 e 14 de maio deste ano.
Os pesquisadores aprofundaram a investigação em 2.278 adultos com resultado positivo para covid-19 após a vacinação e os compararam com adultos vacinados com resultado negativo e não vacinados com resultado positivo.
O estudo se concentrou nas infecções que se desenvolveram depois de 14 dias após a primeira dose, que é quando a imunidade começa a ser formada.
A pesquisa, que ainda é uma pré-impressão, mostrou que pessoas vacinadas têm menos sintomas e mais leves em comparação com aquelas que ainda não foram imunizadas e contraíram o vírus. A tendência, já após a primeira dose, era ser assintomático.
No grupo vacinado, 104 pessoas foram hospitalizadas; já no grupo de não vacinados, 239. Em relação a idosos (mais de 60 anos), o risco de sintomas prolongados diminuiu 28% no caso improvável de infecção após uma vacina.
A natureza dos sintomas foi semelhante em pessoas vacinadas e não vacinadas, como perda de olfato e paladar, tosse, febre, dor de cabeça e fadiga, mas todos os sintomas foram mais leves e menos frequentes em quem estava imunizado. Segundo o estudo, quem recebeu a vacina tem metade da probabilidade de apresentar vários sintomas na primeira semana da doença.
Os resultados demonstram a necessidade de uma política de saúde direcionada a grupos de risco, apontam os pesquisadores. “Adultos frágeis em instituições de longa permanência já mostraram ser desproporcionalmente afetados pela covid-19”.
“É ótimo ver a evidência de que pessoas vacinadas apresentam menos sintomas, são menos propensas a serem hospitalizadas e que pessoas mais velhas têm menos risco de desenvolver covid grave. Mas nosso trabalho mostra que ainda há grupos a serem protegidos, principalmente idosos frágeis e pessoas que vivem em áreas desfavorecidas. As pessoas nesses grupos devem ser priorizadas com urgência para a segunda dose e uma vacinação de reforço”, afirmou a pesquisadora Claire Steves, da King’s College London, por meio de nota.