Taxa extra cobrada na conta de luz deve subir mais de 60% a partir de julho

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Estudos da Aneel indicam que valor da bandeira vermelha 2 vai subir dos atuais R$ 6,24 para cerca de R$ 10 por causa da crise hídrica, dizem fontes Manoel Ventura

O valor cobrado da bandeira vermelha 2, o patamar mais alto desse sistema, deve subir mais de 60%, de acordo com fontes que conhecem o assunto de perto.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai aumentar os valores das bandeiras tarifárias, uma taxa extra que é acionada quando o custo da geração de energia sobe, o que está acontecendo neste ano por causa da crise nos reservatórios das hidrelétricas.

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Os custos estão sendo calculados e os novos valores devem ser anunciados ainda neste mês, para valer a partir de julho.
Hoje, é cobrado R$ 1,34 a cada cem quilowatts-hora (kWh) consumidos na bandeira amarela; R$ 4,16 na bandeira vermelha 1; e R$ 6,24 na vermelha 2. Na bandeira verde não há cobrança adicional.
Pelos cálculos conduzidos pela Aneel, o novo valor da bandeira vermelha 2 deve ser de cerca de R$ 10.
Analistas do setor estimam ser necessário algo próximo a R$ 12 na bandeira vermelha 2 para que ela consiga dar conta de cobrir os custos extras decorrentes da geração de energia por termelétricas.

Essa bandeira deve vigorar pelo menos até novembro, quando tem início o período úmido. Custo de geração de energia

A bandeira tarifária é um adicional cobrado nas contas de luz para cobrir o custo da geração de energia por termelétricas, o que ocorre quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas está muito baixo, como está ocorrendo neste ano por conta da crise hídrica.
O mecanismo também serve para o consumidor ficar ciente do custo da geração de energia, ao dividir o sistema em três cores: verde, amarela e vermelha (que tem dois patamares).
Mesmo durante o período úmido, o governo deve manter as térmicas ligadas, o que não é o padrão.
Geralmente, recorre-se às térmicas quando chove menos ou no auge do período seco. O objetivo agora é guardar água nos reservatórios das hidrelétricas e, quando chover, fazer com que as barragens se encham, numa tentativa de evitar racionamento em 2022, ano de eleições.
O governo rechaça a possibilidade de racionamento de energia neste ano.
O Brasil tem batido recordes de geração de energia por termelétricas desde maio, com o agravamento da crise.