Tupaciguara ficou mais pobre, morreu o Dr. Aldon

Destaque Especial

(Por Antonio Rodrigo Dias – “Rodrigão”) No último dia 24, aos 87 anos faleceu o nosso querido amigo professor , depois de muito penar numa cama, após ter sido vítima de um AVC enquanto jogava futebol.
O único filho de seu José Taglialegna, “seu Zequinha e da sra. Elisa Meier, veio ao mundo em Paraguaçu, no sul das Minas Gerais, em 09/04/1934.
Foi por volta de 1994, no campo da AABB de Uberlândia que o “Dondas”, como era carinhosamente chamado encerrou sua carreira neste esporte que ele tanto curtia, sendo inclusive a seu pedido, sido enterrado com a camisa do Corinthians.
Inicialmente o “Dondas” gostava de jogar no gol e era um bom goleiro, mas devido sua pequena estatura desistiu de jogar naquela difícil posição optando então por ser um “volante”, tendo inclusive formado por muito tempo no Bem-Te-Vi o famoso meio-campo: Dr. Aldon, Agenor Pacheco e Divininho do Berilo, ou se preferirem “pião, piorra e corrupio”, e certamente estarão hoje novamente juntos jogando em outros campos.
Após sua formatura em Direito, foi aprovado em um concurso para promotor de justiça e nomeado para a comarca de Tupaciguara, aonde chegou em 1961.
Casou-se um 1963 com a sra. Fátima do Vale e desta união vieram Dr. Aldon do Vale Alves Taglialegna, hoje morador na cidade de Goiânia-GO, onde aposentou-se como Desembargador da Justiça do Trabalho, e a Dra. Maria Elisa Taglialegna, atualmente Juíza de Direito e diretora do Fórum da comarca de Uberlândia-MG.
No ano de 1978 foi promovido para Uberlândia, tendo acontecido um episódio no mínimo cômico, quando me chamou para uma conversa e juntos fomos para o Bem-Te-Vi, onde o “Dondas” informou-me que havia sido transferido, mas que não estava querendo ir. Após alguns minutos de um choro compulsivo dos dois amigos chegou ao veredicto final que ele não deveria ir, por seu amor por Tupaciguara e que a vida que ele levava na “Terra da Mãe de Deus” dificilmente ele encontraria em qualquer outra cidade.
Em 1983, pela segunda vez promovido para Uberlândia, dessa feita aceitou tendo se aposentado nesta cidade em 1989, aos 55 anos, depois de uma brilhante carreira com excelente trabalho prestado ao Ministério Público de Minas Gerais.

DR. ALDON O PROFESSOR

Quantos ex-alunos no Colégio das Irmãs, como no Ginásio Estadual de Tupaciguara, até hoje não se cansam de elogiá-lo como um ótimo professor e contam tantas passagens com suas experiências com o rigoroso professor Aldon.
Eu, particularmente, tive a oportunidade de ser seu aluno na Faculdade de Direito de Uberlândia onde mercê de sua capacidade, conhecimento e seriedade era sem dúvida um dos melhores professores da excelente equipe do Dr. Jaci de Assis. Quando adentrávamos à sala de aula já estava o mural colocado junto ao quadro pois “não cabulava” nenhum minuto de aula e quanto preparo, inclusive com diversos trabalhos publicados.
Homem de uma enorme capacidade de trabalho, conseguia conciliar a Docência com a Promotoria, com seus “rachas do futebol”, com as lides rurícolas na fazenda Maria Elisa em Jussara-GO, que havia herdado dos sogros, Sr. Pedro Alves Rodrigues e Sra. Enoi do Vale, que conservou até os nossos dias.
Uma outra diversão que o “Dondas” apreciava muito em Tupaciguara era um joguinho de pôquer com os amigos, principalmente com os saudosos Divininho do Berilho, Agenor Pacheco, Jurandir Barbosa e mais o Salvino Araújo, Vanderlei do Tolendal que ele carinhosamente chamava de “Barbosinha”, quando nos distraiamos nas tardes de sábado. Ele inclusive tinha uma característica ao conclamar os companheiros para irem no jogo e dizia: “Vamos todos! Ninguém, tem nada”. E falava também: “vocês são fracos para me enfrentar, pois fui embalado numa mesa de jogo. Explicando: Seu Zequinha era proprietário de um bar e a dona Elisa era convocada para fritar salgados e colocava o pequenino Aldon deitado numa mesa de sinuca enquanto cumpria o seu mister.
Logo que chegou a Tupaciguara se afeiçoou à turma do Banco do Brasil, que no seu dizer, dificilmente solicitaria algum favor que pudesse comprometê-lo em sua função de Promotor Público.
Quando fundei “O Independente” ele me incentivou bastante, inclusive assinava uma coluna com informações jurídicas onde usada o pseudônimo de “Átila”.
Na terra da Mãe de Deus conquistou tantos amigos, fazendo com que alguns, como o Dr. Enodes de Oliveira ousasse num dia chuvoso fazer o seu primeiro vôo pilotando um avião sem instrutor, quando foi até Paraguassu para prestigiar o “Dondas” no enterro do seu Zequinha, na companhia dos corajosos amigos Jurandir Barbosa, Nildon José Vigato e eu – Rodrigão.
Meu querido e já saudoso amigo “Dondas”, você viveu com tanta intensidade a nossa Tupaciguara, cuja passagem por lá sem nenhum exagero daria para se escrever um livro.
Saiba, meu amigo, você deixa muitas saudades numa legião enorme de admiradores, além do Zé do Tito, do Zequinha Barulhada, entre tantos outros.
Descanse em PAZ!!!