Especialista alerta que a doença é subestimada pela população
Por Érica Magalhães – Uma doença silenciosa que, segundo o Ministério da Saúde do Brasil, acomete uma a cada três mulheres e um a cada cinco homens, a osteoporose – doença crônica que ocorre quando há um enfraquecimento progressivo da massa óssea – é subestimada pela população em geral. Cerca de 10 milhões de pessoas convivem com a osteoporose no Brasil, e apenas 20% sabem que têm a doença que provoca 200 mil mortes por ano no país. Dados que, próximo ao Dia Mundial e Nacional de Combate à Osteoporose, celebrado no dia 20 de novembro, fazem com que a doença receba uma atenção especial.
A geriatra Isabela Cruz, do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica, explica a importância de se atentar à doença, principalmente devido às perdas que o indivíduo tem quando sofre uma fratura de quadril, por exemplo. “Esse problema gera dores crônicas, menor mobilidade, internação prolongada, gastos com cirurgia e tempo sem produtividade. O prejuízo individual, social e econômico é muito grande. Por isso, todos deveriam estar preocupados com a prevenção. Sem falar que fraturas de quadril têm taxa de mortalidade de 12% a 20% nos dois anos subsequentes à fratura, sendo mais alta que alguns tipos de câncer”, alerta a especialista.
A geriatra revela que a osteoporose é a principal causa de fraturas na população acima dos 50 anos, e o índice é maior entre as mulheres. “Naquelas que estão acima dos 45 anos, a doença é responsável por mais dias de internação do que outra enfermidade, como o infarto do miocárdio e câncer de mama. Estamos falando de um problema silencioso, fatal, deletério e que causa prejuízos que não se consegue mensurar, mas principalmente, na independência das pessoas com a dificuldade de mobilidade e de cumprimento das tarefas cotidianas”.
Entre os fatores de risco para a doença, está o próprio envelhecimento, que, naturalmente, causa uma perda de massa óssea. A osteoporose pode surgir também com uso de corticoides sem indicação e acompanhamento médico; em pessoas que estão em tratamento contra alguns tipos de câncer, como o de mama e o de próstata; em quem tem diabetes, doenças da tireoide, doenças gástricas; pessoas que estão abaixo do peso, com baixa massa muscular; em pessoas que não tomam sol suficiente. “São fatores de risco também beber muito álcool, tabagismo, fazer pouca atividade física e possuir histórico familiar de osteoporose e de fraturas”, acrescenta a médica.
Entre os fatores externos, que há a possibilidade de modificar, estão a prática da atividade física, que tem de ser rigorosa, e a suspensão do consumo de álcool e tabaco. A geriatra, Isabela Cruz, salienta ainda que é importante que as pessoas procurem um especialista para avaliar a perda da massa óssea. “É preciso identificar se a perda óssea é primária, se está associada à menopausa e ao envelhecimento, se existem outras doenças específicas ou o uso de medicamentos que possam estar causando esse efeito no tecido ósseo”.
Depois de diagnosticada a doença, o paciente deve esclarecer todas as dúvidas com um especialista e rever dentro da rotina aquilo que está aumentando o risco de desenvolver a osteoporose. “Além dos medicamentos, que vão melhorar a qualidade dos ossos, o tratamento é feito a partir da mudança de alguns hábitos de vida, inclusive nutricional, com ingestão de leite e derivados, suplementação de cálcio e de vitamina D”, finaliza a médica.