Mulheres que amamentam têm menor risco de desenvolver diabetes, sugere estudo

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Experimento feito com camundongos mostrou que a falta de fornecimento de leite diminui a quantidade de células produtoras de insulina

 

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Yale (EUA) sugere que mulheres que ofereçam a amamentação no peito tendem a apresentar uma melhora na produção de células de insulina no pâncreas e a aumentar a sensibilidade a elas. Os resultados foram apresentados nesta quinta-feira (15) no encontro anual da Sociedade de Endocrinologia, a ENDO 2023, em Illinois.
Para atestar o efeito, os pesquisadores compararam os efeitos metabólicos da amamentação ou do não fornecimento do leite, de modo a entender as mudanças metabólicas da lactação entre as mães.
No experimento, foram utilizados camundongos que recém-pariram, divididos entre os que amamentaram seus filhotes e os que foram separados deles, sem poder oferecer o alimento. A partir disso, os cientistas passaram a comparar os resultados do primeiro grupo logo após o desmame dos filhotes, e do segundo, que não amamentou.
Embora os animais de ambos os grupos tivessem um peso corporal parecido, o grupo que não amamentou apresentou o aumento de um tipo de gordura metabolicamente ativa, parecida com a gordura visceral (do abdômen) humana. Esse tipo de gordura é conhecido pelo aumento do risco de desenvolver diabetes.
Ainda, foi constatado que os camundongos que não amamentaram tinham menor quantidade de células produtoras de insulina no pâncreas, outro fator que predispõe ao quadro, visto que não haverá insulina suficiente na reserva. Além disso, eles também demonstraram maior resistência ao hormônio.
“Muitas vezes se supõe que a amamentação leva a um menor risco de diabetes porque está associada à perda de peso, o que melhora o metabolismo. No entanto, estudos em mulheres mostraram que esse efeito protetor é independente da perda de peso. Nosso estudo em camundongos também corrobora essas descobertas e sugere que o efeito protetor da amamentação pode estar relacionado a efeitos tanto para aumentar as reservas de células produtoras de insulina quanto para diminuir a resistência de todo o corpo aos efeitos da insulina”, alega Julie Hens, pesquisadora principal.