Servidores são acusados de favorecer empresários em contratos superfaturados no valor de R$ 130 milhões
Renato Souza e Jéssica Moura, do R7, em Brasília – Os contratos sob investigação totalizaram pagamentos de aproximadamente R$ 880 milhões, dos quais cerca de R$ 130 milhões foram superfaturados, segundo as apurações. O esquema teria durado entre 2010 e 2018.
Na sede do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em Brasília, os agentes fizeram buscas na DGP (Diretoria de Gestão e Planejamento), responsável pelos contratos do órgão. Por volta das 10h, agentes da PF deixaram o local com um malote.
Ao todo, são cumpridos 41 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Também foi determinado o sequestro judicial de R$ 130 milhões das empresas e pessoas físicas envolvidas.
Investigações
Segundo a CGU, o esquema foi revelado durante uma auditoria realizada em 2019 e envolve contratos assinados pelo Inep com uma empresa responsável pela impressão dos exames, incluindo as provas do Enem, no valor de aproximadamente R$ 728 milhões.
Em 2019, a empresa entrou com pedido de falência, o que levou o Inep a realizar novo pregão eletrônico, resultando na contratação de empresa classificada em terceiro lugar no certame, após a desclassificação das duas primeiras.
As investigações revelaram a atuação de diretores e servidores do instituto, juntamente com consultores das gráficas contratadas, no direcionamento da contratação das empresas para a impressão das provas.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, crimes da Lei de Licitações e lavagem de dinheiro, com penas que ultrapassam 20 anos de reclusão.